O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio, informou que restrições impostas pela África do Sul, China e Japão à carne bovina brasileira serão contestadas na Organização Mundial do Comércio (OMC). O assunto será encaminhado nesta semana ao Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, ao qual cabe intermediar os Acordos SPS (Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias).
Os três países suspenderam as compras do Brasil em dezembro de 2012, na época da confirmação do caso não-clássico de Encefalopatia Espongiforme Bovina ( também conhecida como mal da Vaca Louca) no Paraná em 2010.
O principal argumento do governo brasileiro é que, apesar do episódio no Paraná, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) não mudou a classificação do País, que tem risco insignificante para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como doença da vaca louca. Arábia Saudita, Iraque, Kuwait, Catar e Bahrein até agora não reverteram a suspensão temporária das compras de carne bovina brasileira.
Em entrevista recente ao Portal DBO, o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, mencinou que, no caso da África do Sul, a negociação política e diplomática se esgotou. “Há dificuldade de acessar esses mercados e quando isso acontece é com produtos diferenciados. Se não tem motivos para impedir o processo comercial eles precisam nos dar uma justificativa.”
Rússia - Sampaio comentou que a Abiec ainda aguarda um retorno - positivo, mas sem prazo definido - das autoridades russas com relação a um documento enviado após o embargo à importação de nove unidades frigoríficas de carne bovina e uma de suína, que vigora desde o último dia 2. Segundo ele, o documento responde todas as questões dos russos.
O diretor executivo da Abiec comemorou a liberação de outras seis unidades frigoríficas para venda de carne bovina, intestino cru e miúdos, sem nenhuma restrição, anunciada no último dia 11. A retomada das exportações de carne bovina para a Rússia foi autorizada pelo Ministério da Agricultura (Mapa) nesta segunda-feira, 14. Segundo ele, o País possui 19 unidades liberadas para exportar carne bovina à Rússia, sendo uma em regime de 'maior controle laboratorial'.
“Ainda não dá para saber quanto ampliaremos os embarques com essa nova liberação. De janeiro até essas últimas decisões, trabalhamos com 20 a 25 unidades habilitadas, com exportações de cerca de 30 mil toneladas/mês. Com 19 unidades dá ainda para trabalhar esse volume, mas as empresas precisam de um tempo para se organizarem”, explicou.
Sampaio reiterou a projeção de encerrar o ano com receita cambial de mais de US$ 6 bilhões em exportações totais.
Imagem: MAPA
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