quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Inflação agropecuária registra deflação no atacado


A inflação agropecuária continua perdendo força no atacado. Os preços dos produtos agrícolas atacadistas apresentaram deflação de 1,10% em novembro, uma desaceleração em comparação com a alta de 0,53% apurada em outubro, no âmbito do IGP-10. A informação foi divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A instituição informou ainda que os preços dos produtos industriais no atacado também desaceleraram e tiveram queda de 0,35% este mês, após elevação de 0,34% em outubro. 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPA-10) caiu 0,57% neste mês, influenciado, principalmente, pela retração dos preços dos produtos agrícolas. As principais contribuições negativas partiram da soja em grão, cuja taxa passou de -2,52% em outubro para -5,94% em novembro; do minério de ferro (de -5,72% para -4,96%) e do farelo de soja (de -3,68% para -6,90%). 
 
Na contramão da soja, que apresentou deflação de 5,94% em novembro, alguns produtos agropecuários já demonstram aceleração de preços no atacado, revelou o Índice Geral de Preços - 10, da FGV). Os preços do milho em grão variaram 1,72% neste mês, após registrarem queda de 4,93% em outubro. Na mesma linha, os suínos passaram de -1,01% para 8,56%.
 
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) Salomão Quadros destaca que, "os motivos que provocaram o choque de oferta de alguns agropecuários em meses passados já foram absorvidos e explicam a aceleração de preços de milho e suínos". 
 
No varejo, no entanto, o cenário é ainda de desaceleração de preços dos alimentos, como consequência de quedas registradas no atacado anteriormente. O Índice de Preços ao Consumidor - 10 (IPC-10) passou de 0,57%, em outubro, para 0,36%, em novembro. Particularmente os preços dos alimentos avançaram 0,30% em novembro, após apresentarem alta de 1,13% no mês anterior.
 
Entre os alimentos, foram destaque as variações de preços das carnes bovinas (de 3,55% para -0,14%), hortaliças e legumes (de -5,67% para -9,91%) e alimentos prontos congelados (de 4,39% para 0,28%). Em 12 meses, o IPC-10 está em 5,73% e deve chegar até o fim do ano na faixa de 5,5%, projeta o economista do Ibre/FGV. 
 
"A inflação não fechará o ano no centro da meta. É um resultado razoável. Neste ano, a inflação no varejo começou desacelerando mais do que se imaginava. Depois, no segundo semestre assustou, por pressão dos alimentos. A pressão está se desfazendo, mas não vejo indicação que voltará ao processo de desaceleração do início do ano", destacou Quadros. O economista espera que, sem a pressão dos alimentos neste fim de ano, o destaque passará a ser a inflação dos serviços. 
 Fonte: FGV com informações da Agência Estado.



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