sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Setor de carnes comemora 'prioridade'

Enquanto empresas aéreas e de outros setores sofrem para repatriar seus dólares ou receber pelas exportações feitas à Venezuela, os frigoríficos brasileiros têm motivos para comemorar. As vendas para o país vizinho dispararam neste ano, na contramão do comércio bilateral.

Os frigoríficos do Brasil se beneficiam de uma combinação perfeita para quem quer fazer negócios com a Venezuela chavista: fazem parte de um setor que Caracas considera prioritário, fecham a maior parte de suas vendas diretamente com o governo e têm sede em um "país amigo", o que diminui os atrasos na remuneração.

Entre janeiro e outubro deste ano, as exportações de carne bovina para a Venezuela subiram 91%, para US$ 628,6 milhões. Esse ítem tornou-se, de longe, o principal produto da pauta de exportação para o país vizinho neste ano. Em contrapartida, as exportações totais do Brasil para a Venezuela caíram 14,25% entre janeiro e outubro deste ano, para US$ 3,6 bilhões, contra US$ 4,3 bilhões nos primeiros dez meses de 2012.

"Há atrasos, mas nada que comprometa", afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). Uma fonte ligada a um grande frigorífico brasileiro, porém, afirma que empresa tem exigido dos venezuelanos entre 30% e 50% de adiantamento do valor de suas vendas. "Mas essa alta expressiva nas exportações de carne do Brasil é um sinal de que estamos recebendo", diz a fonte.



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