segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Primeiro semestre termina com mercado de reposição em alta

O período que compreende os meses de abril, maio e junho é tradicionalmente um momento de transição para o pecuarista. É nesta ocasião que o produtor avalia os resultados técnicos e econômicos obtidos no final do período das águas e analisa o novo cenário que cerca a atividade, buscando adotar a melhor estratégia para o seu sistema produtivo durante o período de seca. 

No geral, o primeiro semestre de 2013 encerrou de maneira positiva para os produtores, um cenário melhor do que o verificado no mesmo período no ano passado. A arroba voltou a se valorizar, as exportações apresentaram bons resultados, os preços da soja e do milho chegaram num patamar aparentemente viável ao produtor que pretende confinar. 

Em contrapartida, os preços pagos pela reposição estão mais elevados. Para o pecuarista, na “média Brasil” (GO, MG, MT, MS, PA, PR, RO, SP e TO), o segundo trimestre de 2013 encerrou com ligeiro aumento nos custos. 

De abril a junho, o Custo Operacional Total (COT) subiu 1,71% e o Custo Operacional Efetivo (COE), 1,59%. Na parcial de 2013 (até junho deste ano), o COT registra alta de 4,52% e o COE, de 4,5%.  Pode-se dizer, então, que o primeiro trimestre deste ano foi que respondeu por mais de 50% dos aumentos do custo do pecuarista.

Do lado da receita, no acumulado do ano, a arroba (média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa) teve valorização de 2,81% e o bezerro (média mensal do Indicador – Mato Grosso do Sul), de expressivos 12%.  Em abril, o COT e o COE tiveram aumento de 1,15% e de 1,51% (“média Brasil”). Essa valorização nos custos foi resultado do aumento generalizado nos grupos de insumos acompanhados pelo Cepea. 

Dos 22 grupos de insumos analisados, 17 deles apresentaram alta, com destaque para o bezerro (Média Mensal Indicador MS), que subiu 2,8% em relação a março, e a suplementação mineral e os medicamentos em geral, que se valorizaram 0,10% e 0,86%, respectivamente. Já os gastos com insumos para dieta animal apresentaram queda de 1,95% na “média Brasil”. 

Esse número é reflexo das quedas nos preços da saca de soja e de milho no mercado interno. Já o bezerro (Média Mensal Indicador MS) teve aumento de 2,8% de março para abril e a arroba (Média Mensal Indicador ESALQ/BM&FBovespa), de 1,81%. De acordo com informações de colaboradores do Cepea, a alta nos preços da reposição já era esperada devido ao maior período de chuvas e espera-seque o ano de 2013 seja um bom momento para o produtor focado na atividade de cria recuperar a margem de lucro.

Já em maio, o COT e o COE caíram 0,18% e 0,13%, respectivamente. Essa queda pode ter sido puxada pelos grupos de adubos e corretivos, que recuaram 1,32%, em função do início da época da seca – momento em que se utilizam menos destes insumos – e pelos insumos que compõem grupo dieta animal, que registraram baixa de 2,11%. A retração neste último grupo foi decorrente dos elevados estoques de grãos nas principais regiões produtoras. 

Em junho, o COT e o COE voltaram a subir, 0,74% e 0,21%, respectivamente. Neste mês, a suplementação mineral se valorizou 0,24%, podendo ser reflexo da época de seca, em que os pecuaristas utilizam fontes minerais suplementares para evitar perda de peso dos animais. Já o grupo dieta teve ligeiro aumento de 0,53%, devido à retomada de alta dos preços da soja, em função da forte demanda pelo grão e também pelos derivados. 


Fonte: Por André Delgado, Graduando em Eng. Agronômica; equipe Gado de Corte Cepea/ Ano 12 – Edição 99 – 2º Trimestre 2013

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