quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A notícia não é oficial mas as consequências já se refletiram nos principais mercados


Notícias repercutem negativamente o episódio envolvendo o mal da "vaca louca" ocorrido no sul do país e autoridades brasileiras devem se manifestar nesta quarta-feira. O secretário do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) Célio Porto está na Rússia negociando o embarque da carne brasileira àquele País, e deve emitir nota oficial ainda hoje, já que o Japão embargou oficialmente a carne do Brasil e o Irã se recusou a receber uma carga nesta terça-feira.

O Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne(ABIEC), ainda  não receberam nota oficial do governo Iraniano, mas o fato é que as ações das principais indústrias frigoríficas despencaram nesta semana na bolsa brasileira e os países importadores temem a contaminação por meio de ingestão da carne importada do Brasil.

Segundo um porta-voz da indústria exportadora, o Irã preferiu não receber essa carga, mas ainda não embargou oficialmente a carne brasileira.  O Secretário de Defesa Agropecuária do ministério Ênio Marques assegura que “O caso, detectado há dois anos, é uma ocorrência antiga e isolada, que não traz nenhum risco à saúde pública e à sanidade animal do país”.

O Secretário informa que o caso foi encontrado em procedimentos de vigilância sanitária de rotina estabelecidos pelo Mapa. Ele ressalta ainda que foram realizados, de 2004 até hoje, cerca de 25 mil exames laboratoriais e jamais houve qualquer achado semelhante no País. Além disso, o Secretário informa que o consumo de proteínas de origem animal por ruminantes é proibido no Brasil desde 1996, além do sistema de criação da pecuária brasileira (extensivo) ser refratário à ocorrência do caso clássico da doença.

O Brasil seguiu todos os procedimentos de diagnóstico laboratorial e de investigações epidemiológicas complementares estabelecidos para o caso, tanto aqueles de nível nacional, quanto às diretrizes internacionais definidas pela OIE.

A qualidade do sistema de prevenção da EEB do Brasil é reconhecida internacionalmente pela OIE, que em 2012 incluiu o País na relação de países com “risco insignificante para a EEB”, a melhor categoria mundial possível para essa doença.

O presidente Pedro Gustavo Novis, da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, raça que representa mais de 80% do rebanho brasileiro, ressalta que o Brasil segue todos os protocolos sanitários exigidos pelos Organização Mundial de Saúde Animal e que não há motivo de preocupação.

Segundo Guilherme Marques, Diretor do Departamento de Saúde Animal e Delegado do Brasil perante OIE, o presente resultado laboratorial não afeta o mencionado reconhecimento. “Nossos procedimentos demonstram a transparência e a fortaleza do sistema de vigilância implantado no Brasil, pois nenhum país do mundo está livre de identificar um caso como esse, razão pela qual a própria OIE não classifica os países como livres de EEB, a exemplo do que é possível fazer para outras doenças (febre aftosa, peste equina, PPC, entre outras).”, frisa.

Deve ser destacado ainda que a carne e leite bovinos são considerados pela OIE como alimentos seguros, ou seja, totalmente isentos de risco para a população humana, mesmo quando da ocorrência de casos típicos da enfermidade em um país, o que não é o caso.

Diversos países já registraram casos semelhantes, como Estados Unidos, Canadá, Japão, Portugal e Inglaterra. Somente no ano passado, a União Europeia comunicou 06 casos de EEB atípica junto a OIE. 

Fonte: MAPA/ABIEC/ Comunicação Nelore do Brasil

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