quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Marfrig capta recursos no mercado financeiro


O frigorífico Marfrig concordou com o forte desconto exigido pelo mercado e concluiu ontem sua oferta pública de ações. Os papéis saíram a R$ 8 e a empresa deverá captar, inicialmente, R$ 840 milhões, ou 27,5% menos do que o desejado (R$ 1,16 bilhão).

Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa registrou a venda de 131,250 milhões de ações o que embute a colocação dos lotes adicional e suplementar, o que pode acontecer em até um mês. Nesse caso, a operação somará R$ 1,050 bilhão.

Ontem, chegaram a circular rumores no mercado de que a companhia poderia desistir da operação porque a demanda havia sido fraca. Nos dois últimos dias, as ações da Marfrig acumularam baixa de 21,98% e ontem valiam na bolsa R$ 9,05.

Desde o começo, o mercado esperava que a operação da Marfrig tivesse mais dificuldades para ser confirmada que outras ofertas de empresas já listadas em bolsa. A companhia de alimentos está captando recursos para melhorar a sua estrutura de capital.

A Marfrig encarou o forte desconto justamente porque precisava da oferta para melhorar sua capacidade financeira. Segundo informou no prospecto, a empresa pretende destinar 70% dos recursos captados na bolsa ao abatimento de dívidas de curto prazo. O restante será usado para equilibrar a estrutura de capital do grupo.

No fim do terceiro trimestre deste ano, a Marfrig tinha dívida líquida de R$ 9,3 bilhões. Um quarto de seus compromissos financeiros vence no curto prazo. Os principais acionistas da Marfrig, incluindo a BNDESPar - braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - concordaram em não vender suas ações por um período de 90 dias após a oferta.

Na operação, a BNDESPar também se comprometeu a limitar a um terço do valor captado na oferta o exercício do direito de converter debêntures da Marfrig em ações. A decisão de não converter a totalidade dos títulos está sendo analisada pela Controladoria-Geral da União (CGU). O banco é um dos maiores acionistas da empresa. Fonte: Valor Econômico / Por Ana Paula Ragazzi e Talita Moreira | Do Rio e de São Paulo


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